quarta-feira, 6 de março de 2013

Movimento dos Reformados Indignados

Como já tem vindo a ser hábito, todas as semanas dedico um pouco do meu tempo à minha escrita no blog. É certo que esta semana se viveu cheia de acontecimentos. Desde da resignação do papa à morte de Hugo Chavez, pode-se concluir que as acções da bolsa do jornalismo transbordaram. Como para a próxima semana tenho ainda opção de falar na escolha do novo papa e os venezuelanos continuarão a velar a morte do líder (que é do género de casamento cigano), tenho ainda a opção de falar acerca das manifestações. Porém, confesso que tenho até, algum certo medo, de cair num ridículo tão profundo que dê por mim a contar quantas pessoas estavam no Terreiro do Paço. É certo que algumas vozes vão murmurando pelas rádios e televisões que, pelas fotos tiradas pelos helicópteros, houve menos gente nesta manifestação. Do meu ponto de vista, não há menos gente, mas talvez as pessoas estejam mais magras devido à contenção na alimentação e, deste modo, não ocupem tanto espaço.

Indignação! É a palavra-chave dos últimos tempos. Contudo, certo é que nenhuma dessas pessoas presentes no Terreiro do Paço sabe o que está lá a fazer. Na verdade, são todos um bando de charrados, incluindo uma senhora dos seus 80 e muitos que prestou declarações no jornal da noite. Ela pode ter enganado alguns acerca do glaucoma, mas eu não fui uma delas. É certo, sem sombra de dúvidas que todas aquelas pessoas não sabem, nem nunca souberam o que era trabalhar e sempre viveram à custa de um estado social, sem em nada contribuírem para isso. Mas todas, sem excepção! Acho importante referir isto dado que às vezes pode haver certas dúvidas.

Assim sendo, tive de escolher alguém com quem possa demonstrar verdadeira compaixão (para além dos adeptos do Sporting). A minha escolha recai sobre Filipe Pinhal, ex-presidente do BCP que é agora líder do Movimento dos Reformados Indignados. E perguntam vocês, alheios às vergonhas deste país, "O que é o Movimento dos Reformados Indignados?". De facto, o MRI poderia ser muita coisa, até mesmo um Movimento dos Reformados Indignados, mas na verdade é um movimento que gera outro movimento de reformados indignados e que acaba por indignar toda a sociedade no geral. É espécie de uma matrioska de movimentos em que os reformados e as outras pessoas se indignam. Uns à custa do que recebem, outros à custa do que os outros recebem. De facto, Filipe Pinhal tem tudo para estar indignado. Eu também estaria, no caso dele, que se vê sujeito a viver com uma doença crónica sem que ninguém lhe estenda a mão. Os medicamentos contra a alienidade deixaram de ser comparticipados e, para além disso, Filipe Pinhal vê-se agora numa situação lamentável, onde lhe reduziram a reforma da já humilde quantia de 70 mil euros por mês para aquela quantia que o coloca assim, bem como a todos os seguidores do MRI, no limiar da pobreza: 14 mil euros mensais. Pesquisei no facebook, acerca da eventual página do movimento e nada encontrei, para tristeza minha que já estava disposta a procurar o nib e a fazer uma transferência solidária para esta tão necessitada "instituição". Tristeza minha e do Cavaco que também já a procurou para pôr um like, mas nada. Afinal, a reforma dele também não lhe chega para as despesas.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Carne de Porco à Alentejana

Nos últimos tempos temos vindo a ser assombrados com ondas de indignação face a actos ditos menos próprios, por parte dos humanos para com os seus companheiros de planeta. Primeiro, foi o GNR que deu a patada ao porco, depois a onda de revolta face a um dito coelho enforcado presente numa manifestação na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. O que é certo é que isso, associado a todas aquelas partilhas chocantes feitas nas redes sociais, certamente devem criar nas pessoas uma vontade árdua de se tornarem vegetarianas, ou talvez, ovo-lacto-vegetarianas. Nem me passa pela cabeça que em qualquer momento da sua vida, uma dessas pessoas possa ter degustado algo mais que um alho francês ou uma couve de bruxelas. Pela suposta lógica, que não apresenta lógica nenhuma, quero ainda acreditar que as pessoas têm-se mostrado indignadas, não pelo enforcamento do coelho (diga-se, supostamente embalsamado) mas sim pelo não enforcamento do verdadeiro Coelho, que esse sim, é o verdadeiro causador de não haver carne na mesa de muitos portugueses.
Devo confessar que estou ainda deveras curiosa para saber qual será a próxima novidade. Olhando para os escândalos passados em prol da defesa de um animal que serve de bifana a muito boa gente de princípios fiéis aos animais, ou talvez, em prol daquele que já foi estufado e assado em muitos fornos, acho que falta um onda de contestação com um frango. Ou uma vaca. Eu cá aposto nas vacas. Sempre são mais fáceis de encontrar e gerar contestação.